terça-feira, 19 de maio de 2015

Profissão de Fé

Poeta sou, se bom ou mau, o  que te importa?

Se eu  agrado, se eu  agrido, o que é  que tem?

Não faço versos pra afixá-los sobre a porta,

nem pra buscar louvores fáceis de ninguém.


Poeta sou, se choro ou  rio, o que interessa?

Não faço versos pra enfeitar meu mausoléu.

Poeto ou, melhor, rabisco verso à beça,

porque cá dentro arde um doido fogaréu.


Não faço versos pra cobrir o chão de flores,

mas pra apagar o incêndio  do meu coração...

A dor é a brasa. E as mil brasas  são mil dores.

Minha poesia é canto de libertação.


Eu faço versos como  quem apaga brasas,

pois apagar as brasas alivia a dor,

e cada dor que morre faz nascer duas asas:

uma asa – a esperança, outra asa – o amor.

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