quinta-feira, 25 de outubro de 2012

No EnCena - O Trânsito em Palmas

Acesse o link para ler a poesia e para ver a arte que fizeram, ficou muito linda.

http://ulbra-to.br/encena/2012/10/25/O-transito-em-Palmas

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um causo da Educação... e Saúde Mental



Cristianne Beda de Queiroz Mendes, Psicóloga pelo CEULP/ULBRA e Historiadora pela UFG e especialista em Educação pela Faculdade Pitágoras (MG), fez uma reflexão baseada no conto "Nós Mudemo", de Fidêncio Bogo. 

Muito interessante, o conto e a reflexão, que foram publicados no EnCena. 

Link: http://ulbra-to.br/encena/2012/09/28/Um-causo-da-Educacao-e-Saude-Mental

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Quati

Conto publicado no livro "O Quati e outros contos".



Era entre nove e dez horas de um dia ensolarado de outubro. Vindo de Natividade para Porto Nacional, o ônibus da  Paraíso, velho, sujo e barulhento, sacolejava pela estrada buraquenta, cuspindo fumaça e levantando uma poeirama dos diabos. Isso  em 1982, num ponto qualquer entre Santa Rosa e Silvanópolis.
            Como sempre, a geringonça vinha apinhada de passageiros, mercadorias e bagagens – sacos, sacolas, malas, bruacas e toda sorte de pacotes, cheios de toda sorte de bugigangas, que não cabiam no bagageiro e, por isso, disputavam o lugar com os passageiros.
            Naquele sufoco, os cheiros que se misturavam ao calor tornavam o ar tão pesado que dava para cortá-lo em fatias. O chulé de mãos dadas com o bodum do sovaco, o cheirinho do xixi dos bebês misturado com o perfume dos pequis (era outubro, lembra-se?), além de outros cheiros difíceis de identificar, transformavam o interior do ônibus num inferno para narinas desacostumadas.
            Por isso, foi um enorme alívio quando o motorista deu  um grito:
- Olha o quati! E,  freando  bruscamente o ônibus,  desceu correndo para o cerrado.
           Foi o que bastou para  o coletivo se esvaziar num piscar de olhos, e homens, mulheres e crianças saírem correndo cerrado adentro, onde o animalzinho, assustado, ziguezagueava atarantado por entre as moitas do agreste em busca de uma árvore salvadora. Encontrou-a e subiu rápido. Mas a árvore era pequena e  frágil, foi sacudida com violência pela horda de vândalos, e o quati, aterrorizado, despencou lá de cima, olhou apavorado seus carrascos em círculo, viu uma brecha e meteu-se nela.
            Não sei por que cargas-d’água meus maus instintos de antigo caçador (ou matador) despertaram num momento e, quando o animalzinho passou ao meu lado, desferi-lhe um bruto pontapé no quarto  traseiro que o fez cair e rolar, não sem antes virar-se para mim com a dentuça arreganhada. Rápido, antes que ele se levantasse, peguei-o pela ponta do rabo e ergui-o de cabeça para baixo. Eu saí caminhando triunfante no meio de todos aqueles caçadores improvisados, que dominaram o bichinho e o imobilizaram com a maior facilidade.
            Ainda hoje lembro o olhar do quati. Não era ódio. Acho que os quatis não odeiam. Era medo, pânico, era a certeza de que seus dias tinham chegado ao fim. Quem disse que os bichos não têm consciência?
          O motorista sorria feliz e lambia os beiços, antegozando o lauto banquete.
         Terminada a “gloriosa” batalha, o ônibus roncou e seguiu caminho. Foi aí que eu percebi uma dorzinha no meio da canela direita. Passei a mão e notei que a calça estava toda encharcada, pegajosa e rasgada. Vi sangue na mão molhada. Puxei a perna da calça para cima,  olhei a canela e lá estava um corte fundo, do tamanho de minha boca  e que começava a doer.
            Então pensei no quati e caí em mim. Senti um remorso do  tamanho do mundo. Argumentei com o motorista, supliquei que parasse o ônibus e soltássemos o bichinho. Tudo em vão. O   resto da viagem foi um tormento – muito mais pelo tardio arrependimento do que pela dor da ferida, que ficava cada vez mais forte.
            Chegando ao destino – Porto Nacional – fui ao Hospital São Vicente de Paula para o curativo. Levei cinco pontos e me levaram um bom dinheiro.
            Ainda hoje, quando recordo o episódio,  sinto um remorso danado e tenho raiva de mim mesmo. Eu era seguramente a pessoa mais culta naquele ônibus. Sabia das coisas.  Devia ter-me valido de minha autoridade e impedido o crime. Não! fui o principal criminoso. Não fosse por mim, homem, rei da criação, animal racional, o animalzinho irracional , o quatizinho,  estaria vivo e feliz, solto pelo cerrado, inofensivo, emprestando à linda natureza de começo das chuvas a graça de seu jeito maroto e descontraído, pondo vida e movimento na verde placidez da paisagem.
            Cinco pontos e uma cicatriz!
            Bem feito!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fala o Pioneiro

Como é o mês de aniversário de Palmas-TO, resolvi publicar essa poesia do  meu pai, em homenagem a todos os pioneiros que contribuíram de alguma forma para que nossa cidade tenha se tornado o que é hoje.



FALA O PIONEIRO

Se disseres:
Eu vi Palmas nascer,
dizes bem.
Mas eu te digo:
Eu VI Palmas nascer.
E é melhor o meu dizer.
Se disseres:
Eu fiz Palmas crescer,
dizes bem.
Mas eu te digo:
Eu FIZ Palmas crescer.
E é melhor o meu dizer.
O meu dizer é bem melhor                    
pois na massa destes prédios,
na geometria destas ruas
tem gotas do meu pranto,
tem manchas do meu sangue,
tem cheiro do meu suor.                        
O meu dizer é muito bom
pois na noite interminável
só silêncio e solidão
eu esquecia meu cansaço
num colchonete no chão.
O meu dizer tem mais valor                   
pois se perguntarem o que é
desconforto e privação
respondo sem hesitação:
Nestas coisas sou doutor!                     
O meu dizer é bom demais
porque aprendi como se faz
desabrochar uma cidade
lá no meio  do cerrado
como desabrocha a flor
no sossego de um quintal
com o húmus do trabalho
com o adubo da união
com a rega do amor
e um punhado de ideal.
O meu  dizer é bom de fato                   
porque o que fiz o fiz por gosto,
não por ganância ou vaidade,
para que Palmas tenha o rosto
das muitas raças do Brasil,
de norte a sul, de leste a oeste.
O melhor dizer e este:
Por  ti, Palmas,
eu faria tudo outra vez.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PLENITUDE




Deixa o tempo correr,
não corras.
Esquece o relógio
nem meças o tempo pelo avançar das sombras.
A vida não são minutos nem horas,
não é manhã nem tarde,
não é dia nem noite,
não é ontem nem amanhã.


A vida é agora.
Se amarras a vida a um tiquetaque
ela perde sua parte melhor:
o dom de poder parar,
de deixar a sombra correr,
de ver a banda passar.

O dom de ficar sozinho
à disposição de si mesmo.
O dom de sentir-se consciência,
de sentir-se mente e espírito,
de sentir-se sujeito e agente.

O dom de ser sólido
em meio ao que se desmancha,
de mover-se sem se mover,
a salvo dos vaivéns das ideologias,
das calúnias, dos elogios,
dos casuísmos, das chantagens,
das ilusões, das miragens.

Deixa o tempo correr,
não corras.
Dono do tempo
terás tempo para sentir,
terás tempo para ver,
terás tempo para julgar,
terás tempo para agir.
Terás tempo, sobretudo,
para ser
e perceber que o mundo ao teu redor
se move sem ti,
e que tu, longe de ti mesmo,
não passas de um joguete
das forças externas:
não te moves, és movido;
não navegas, andas à deriva;
não vives, vegetas.
Fica contigo , fica em ti,
e terás vida em plenitude.
(Fidêncio Bogo, livro "Buritis ao Vento")

sábado, 28 de abril de 2012

Homenagem aos professores

Cartão que minhã irmã, Tais Bogo, fez em homenagem ao dia dos professores.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Destino

Oi pessoal,

Mais um lindo trabalho feito pela equipe do EnCena.

http://ulbra-to.br/encena/2012/04/23/Destino

Poesia: Destino

sábado, 21 de abril de 2012

Palavras de um amigo

Hoje, eu estava remexendo em umas obras dos meu pai e encontrei essas lindas palavras que o saudoso poeta José Gomes Sobrinho escreveu, para colocar na orelha do livro Aprendizagem.
           
   

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Identidade

Oi pessoal,

Publicaram a poesia identidade no link

http://ulbra-to.br/encena/2012/04/09/Identidade

Vale a pena fazerem uma visita. Ficou muito bonito.

domingo, 8 de abril de 2012

NOITE DE LUA



Noite de lua lírica luzindo,

volúpia louca de ficar sozinho,

pousar a testa ardente sobre o braço

lembrar... lembrar... depois chorar baixinho.



O luar de leite lambe levemente

o lombo liso das colinas boas.

Lembranças vêm acalentar minh’alma,

lilases, aliviantes, como loas.


E a noite avulta, a noite do além-tempo,

e a lua linda, lenta se avoluma.

Dorme a planície um leve sono solto

por sob o tule dos lençóis de bruma.


Noite de lua limpa que desfralda

as velas alvas do luar dolente.

Volúpia louca de embalar lembranças

depois chorar, desconsoladamente.


Luar de leite a reluzir na altura

algodoando o vale e a colina fria.

- Brilha, luar, a tua luz de lírios

é o clima astral da minha salmodia.


Noite de lua angélica lembrando

o natalino aleluiar de um sino.

Desejo tolo de olvidar as coisas,

vontade louca de voltar menino.


Noite enleada de saudade e sonho,

lentejoulada pela lua mansa,

me traz de volta a lirial imagem

de minha mãe, de quando eu criança.


Noite de lua lírica fulgindo,

imagem de uma mãe toda carinho.

vontade louca de voltar criança

e no seu colo reinstalar meu ninho.


Luar solene na calada calma,

noite repleta de lembranças boas.

Amor de mãe – oh! como me aconchegas!

Amor de mãe – oh! como me abençoas!

(Fidêncio Bogo)



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Declaração de amor de Fidêncio para Íria

REVELAÇÃO

(Acróstico-dedicatória à mulher da minha vida)

Ideal da minha vida é cativar-te e cultivar-te,

Rosa dos ventos do meu coração.

Instante a instante, em todo o tempo e parte.

Amar-te em corpo e alma, êxtase e paixão.

Baniste o sem-sentido do meu mundo

Enchendo-me de aroma e som e cor.

Bem hajas pela glória que me deste,

Encantadora antemanhã celeste,

Revelação humana do divino amor.

Linda Prece

Dica: clique na imagem para ter uma melhor visualização.