Como um fogaréu em disparada
pela encosta ressequida
os anos passam por nós...
E nós ficamos, semi-carbonizados,
ao frio do relento
e ao ardor do sol,
esperando o próximo agosto,
quando tudo se repetirá.
Se houver próximo agosto...
Quando as verdes encostas ficarem cinza
e a claraíba esbranquiçar a chapada
e a acauã emudecer a pipira
e o pio agourento envenenar a madrugada
então já não nos será dado ter esperança
porque já será tarde para sonhar.
Então só nos restará ficar à espera
pois já não depende de nós o acontecer.
(Fidêncio Bogo)
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